sexta-feira, 28 de março de 2014

(Im)paciente

Episódio de hoje: o exame de ressonância magnética

Você já fez um exame de ressonância magnética?
Caso não tenha respondido que sim, já se imaginou preso dentro daquele tubo infinito e claustrofóbico?

Pois é, amigos. Eu achava que sabia o que era fazer um, até então, simples exame de ressonância.

Há quase 3 anos fiz um exame deste tipo, mas o local a ser 'fotografado' era o meu pé. Isso mesmo. Meu lindo corpinho e minha cabeça maluca ficaram de fora do tubinho.

Ontem eu precisava refazer este exame, para verificar se o pé estava ok. Porém, além deste, precisava fazer pela primeira ver um retrato da minha coluna, já que minha lombar insiste em relembrar diariamente sua existência.

Gente! Não é simples? Então, não é.

São 18h23.

A moça do laboratório, que já devia estar cansada, desejando recostar no aconchego de seu próprio sofá, me recebe pedindo desculpas pelo atraso (o exame estava agendado para 17h30). Troco de roupa e tiro brincos e colar.

- Tem algum piercing?
- Não (mais).
- Então é só deitar ali e colocar esse protetor no ouvido.
- Precisa tirar o sapato?
- Se não quiser, não precisa. Quer um cobertor?
- Nossa, será ótimo.
- Agora é só deixar os braços rente ao corpo, respirar tranquilamente e não se mexer. Até já!

Deitada. A máquina me leva para dentro. De repente, some o teto de cimento e enxergo o teto do tubo.
"Mãos e braços rente ao corpo, rente ao corpo", penso.

De repente penso em tirar os protetores auriculares e, CLARO, não iria conseguir. Desespero. Já estou totalmente dentro do tubo. Presa. Respirando freneticamente. "Meu deus, tem que respirar tranquilamente". Tranquila é tudo que não estou. Aperto a campainha. Abre a porta.

- Moça, tira esse negócio do meu ouvido, tá muito ruim.
- Não pode, é uma proteção porque faz muito barulho.
- E quanto tempo dura?
- Uns 15 minutos. Se você se mexer pode ser mais.

Fecha a porta. Aperto a campainha.

- Me tira daqui, pelo amor de deus.

Eis que volto a ter 2 anos e meio de idade. Sei falar. E só. O resto é só carcaça.

- Tá passando mal?
- Tô, é muito ruim. Olha minha mão (suando frio).
- O nome disso é fobia.
- Pois é...

Entra um outro atendente.

- É só fechar o olho.

E a moça segue.

- Vamos tentar de novo?
- Posso tomar uma água?

Glup, glup. Não adiantou nada. Mas eu tenho que tentar e, principalmente, controlar a minha mente.

Rezo. Pros 20 minutos serem 15. Pra eu parar de pensar que estou num tubo sem ar, presa. É muita, muita aflição.

Penso em contar de 60 em 60 segundos, mas logo me desconcentro. Rezo mais.

Nem sei como redijo essas palavras. Achei que nunca mais sairia dali. Respiro. Respiro mais fundo. Sinto meu coração como dizem, na boca. Acelerado. "Vou morrer. É hoje. Esse cobertor maldito vai enroscar quando puxarem a maca pra fora do tubo e eu vou ficar presa. Nunca mais saio daqui. Reza, Camila, reza".

Bom, 20 mil Pai-Nosso, Ave Maria, Santo Anjo e Cruz de Cristo depois...

Para o barulho. Abre a porta. Andam com a maca pra fora do tubo.

UFA!

Eu, que não sou de chorar, quase choro. Eu acho que chorar é chato, uma perda de tempo. Então agilizei afinal ainda tínhamos a ressonância do tornozelo (pé).

- Viu só? (Me dando um abraço, meu deus, nunca quis tanto um abraço).
- É, passou, graças a deus.

Resultado?

Pretendo nunca mais fazer um exame desse tipo. Lembrando que eu tinha a opção de fazer sedada, mas enfim... um tanto quanto drástico, não? Melhor não fazer.

Pois. Não é lindo o poder da nossa mente? Cuide bem da sua. Como diz uma amiga, a minha precisa de nova administração. Em breve 'sob nova direção'.

Me conte sua experiência se quiser. Ou apenas se prepare para quando for fazer o seu check-up.

Bom fim de semana!

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